29/05/2009

“CONTROL C – CONTROL V”: QUEM COPIOU DE QUEM?


Se alguém acessar o portal Paraiba Agora, dos radialistas Ernandes Gouveia e Sandoval Vieira (não confundir com o PB Agora, de Luís Torres) e, na seção colunistas, escolher um dos dois em busca de seus artigos, vai deparar-se com dois textos informativos, ao invés de opinativos, como é, lógico, de se esperar. Até aí, “apenas” uma confusão de categorias.

Ocorre que um dos textos, que trata de uma pesquisa sobre Barack Obama, é atribuído à agência Reuters. O outro, datado de 02 de setembro de 2008, com título “PF constata assinaturas falsas em registro de candidaturas” (clique AQUI para conferir), no entanto, não menciona fonte, o que, por conseguinte, aponta para quem assina o “artigo” como autor.

Porém, uma rápida pesquisa nos leva a encontrar o mesmo texto publicado, na mesma data, no portal Click PB (clique AQUI para conferir), que assume a autoria da notícia. O conteúdo é idêntico, tanto na redação quanto nas imagens expostas.

Em suma, resguardada a hipótese de um milagre na produção de uma matéria univitelina, alguém copiou de alguém. O mesmo texto ainda aparece reproduzido no blog de Hermes de Luna, na mesma data (veja AQUI), e o jornalista cita o Click PB como fonte.

Para uma checagem cronológica da possível autoria, tomando como base quem publicou primeiro, tendo sido a notícia veiculada no mesmo dia, resta observamos a hora informada nos três portais: No sítio de Hermes aparece 12h38, no Paraíba Agora 12h39 e no Click PB 12h53. Ou seja, por tal lógica, o autor seria o próprio Hermes de Luna, que cita o CLick PB, onde a matéria só apareceria 15 minutos depois!

Sendo assim, ou o relógio no computador da central do Click PB estava no horário de verão, então vigente em algumas regiões do País, tendo o texto sido veiculado, na verdade, às 11h53, ou não se entende mais nada. O fato é que, não tivesse Hermes citado o Click PB, tal dúvida sequer existiria, e atribuiríamos a produção a ele mesmo, sendo copiado um minuto depois pelo Paraíba Agora e, depois, pelo Click. Como citou, resta-nos saber se o Click PB copiou do Paraíba Agora, ou ocorreu o contrário, o que poderia ser esclarecido pelo caso do horário da publicação.


Confusão! Com a palavra, os portais.

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03/04/2008

POLÍTICA DO BLOG

O blog Jornalismo Paraibano nasceu do interesse em debater a conjuntura da atividade no Estado, tão carente de espaços democráticos de comunicação, padecendo sob as forças políticas que esmagam o fazer Jornalismo e tantas vezes subjugam os profissionais da área a meros produtores (e repetidores) de notícias semi-prontas e profundamente censuradas.

Não temos, absolutamente, a intenção de ferir e/ou denegrir a imagem de pessoas ou instituições. Entretanto, tampouco nos omitiremos em citar nomes, cabendo aos mencionados fazer uso de nossos canais de resposta, para o que terão, na medida julgada coerente e necessária, o devido espaço. No dia-a-dia, aqueles que tiverem seu nome ou de sua empresa aqui mencionados, serão contatados via e-mail, já que, por tantas experiências anteriores temos ciência de que ligações telefônicas são improdutivas – e pelos e-mails enviados temos a comprovação de nossa postura de facultar espaço ao contraditório.

Debates dentro do nível proposto e em torno do tema proposto terão espaço garantido. Exageros, baixo calão e desvio de temas serão bloqueados sem necessidade de justificativa ou aviso prévio. O anonimato será permitido, desde que em situações que prescindam a identificação. Ameaças serão imediatamente respondidas na forma da Lei.

Jornalismo, mais que uma profissão, é paixão. Por isso existe o blog Jornalismo Paraibano. Para resistir; para mostrar que não somos cegos-surdos-mudos; para falar por nossos colegas que, em virtude da ética da barriga, não podem se manifestar abertamente; para denunciar abusos; para explicitar as manipulações; para revelar aquilo que está oculto. O blog existe pelo bem da categoria e, acima de tudo, pela dignidade do Jornalismo Paraibano.

Acreditamos no poder da mídia alternativa, e temos a certeza de que o bom Jornalismo independe de veículos. Não temos receios, medos ou preocupações. Somos subordinados apenas a nossa consciência e aquilo que – mais que um direito – é uma necessidade: liberdade de expressão. Liberdade, pois, para a liberdade de expressão na Paraíba.

Jornalismo, uma paixão!!!

23/03/2007

Liminar

DECISÃO DA JUSTIÇA SUSCITA DEBATE SOBRE JORNALISMO POLICIAL-

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Desde a sexta-feira, 16, os telespectadores do Correio Verdade e do Cidade Alerta PB, da TV Correio, não mais têm assistido à veiculação das fortes cenas de vítimas de homicídios e mortos em acidentes, comuns nos dois programas. Não se trata, porém, de uma mudança na linha editorial dos noticiários policiais, mas de uma intervenção da Justiça, através de liminar, determinando que tais imagens não mais poderiam ser levadas ao ar, de modo que, desde de então, reportagens onde aparecem cadáveres têm essas imagens desfocadas.

Na semana passada, o Ministério Público convocou as emissoras de televisão da Paraíba, a fim de debater o problema da divulgação de cenas de violência nos telejornais. Ao fim da reunião, os representantes das emissoras assinaram um termo de ajustamento de conduta, comprometendo-se a evitar o uso de imagens mais fortes. A TV Correio, porém, segundo o Ministério Público, foi a única que não enviou representante ao encontro, fato que teria justificado a liminar.

Ainda na sexta-feira, o apresentador do Correio Verdade, J. Júnior, comentou, durante o programa, a decisão: “É uma ordem judicial, e ordem judicial se cumpre. Mas, e agora? A verdade continuará nas ruas, mas a gente não pode mostrar; eu não mostro, mas a população vê. Dizem que é para proteger. Proteger o que? Os casos que eu mostro aqui, são cheios de gente em volta, as crianças, as vovós... Mas a verdade dói”. Ainda durante o comentário, J. Júnior atribuiu a determinação da Justiça a uma ação da concorrência, no que seria uma tentativa de prejudicar a liderança de audiência do programa: “Alguém entrou na Justiça: ‘Olhe, o Correio Verdade está assim, é primeiro lugar no Ibope, vamos tentar derrubar’”.

Sistema Paraíba

O alvo principal das acusações de J. Júnior é o Sistema Paraíba, das TVs Paraíba e Cabo Branco, cujo jornal do meio-dia, o JPB Primeira Edição, briga pela audiência do horário com o policial Correio Verdade. Nessa disputa, aliás, ambos os lados se declaram vencedores, apresentando divergentes pesquisas de audiência. O fato, porém, é que a elevada audiência do programa de J. Júnior tem sido um calo enorme para o Sistema Paraíba que, pelos menos até bem pouco tempo atrás, vinha sofrendo fragorosas derrotas no Ibope, o que levou a várias mudanças no Primeira Edição.

Mas, embora tenha dado ampla ênfase à ordem judicial no JPB da sexta-feira, o Sistema Paraíba não deverá admitir as acusações de J. Júnior, atribuindo o fato a uma ação espontânea do Ministério Público, que tem a legítima competência para tanto. Aliás, se o MP considera agressivas as cenas diárias do Correio Verdade e do Cidade Alerta PB, cabe perguntar por que só agora, tanto tempo passado desde que esses noticiários adotaram tal linha editorial, a instituição veio a, finalmente, tomar alguma iniciativa?

Sensacionalismo

Brigas entre emissoras à parte, o fato é que o estilo dos noticiários policiais da TV Correio vem causando polêmica há tempos. As imagens de cadáveres expostas em pleno horário de almoço e no fim da tarde enquadram-se no chamado jornalismo sensacionalista, que, embora atraia o repúdio de alguns, acaba por prender a atenção de um grande público, principalmente entre as classes socioeconômicas menos favorecidas.

Todavia, ainda que pareça fácil, numa primeira análise, desbancar esse tipo de jornalismo, a contra-argumentação daqueles que o defendem acaba por levar a uma discussão muito mais ampla e complexa. O próprio J. Júnior dá o tom, ao afirmar que apenas mostra a verdade, nua e crua – literalmente. Segundo tal linha de pensamento, amenizar o jornalismo policial só serve para maquiar a realidade, corroborando para o conformismo da sociedade, o que favorece a incompetência e inação dos poderes públicos. Além disso, assim como o jornalismo econômico e científico interessam às elites, se esse tipo de jornalismo policial é bem recebido pelas classes da base da pirâmide social brasileira, deve ter seu exercício garantido, tendo o público o instrumento maior da censura: o controle remoto.

No outro lado do debate, entretanto, o argumento é que esse sensacionalismo, ao invés de produzir uma reação da sociedade, acaba por provocar efeito contrário, tornando a desgraça da violência um fato comum do nosso dia-a-dia e, portanto, cada vez mais aceitável, menos revoltante – pelo menos enquanto a vítima é o outro. Aqueles que seguem essa linha de pensamento vão além, e afirmam que tal naturalidade para com a violência acaba por estimular ainda mais sua prática, levando a uma maior banalização da vida. Assim, a apresentação de cenas mais fortes, serviria apenas para alavancar a audiência dos programas que as veiculam, através da mórbida curiosidade popular.

Diante de uma polêmica como essa, cabe deixar no ar uma outra pergunta: existirá um meio-termo eficaz para o jornalismo policial? Com a palavra, a sociedade e, particularmente, os jornalistas.

Lenildo Ferreira

18/02/2007

Polêmica

Imprensa, torcida e clubes: uma relação tempestuosa

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Um episódio ocorrido no último dia 09 reacendeu publicamente os costumeiros conflitos entre torcedores, clubes de futebol e a imprensa. Márcio Alemão, então zagueiro do Treze, conhecido por seu temperamento explosivo, agrediu verbalmente jornalistas e radialistas, no encerramento de um treino no estádio Presidente Vargas. Segundo os presentes, usando palavrões, Márcio teria atacado: “Só porque o Treze está em crise essa imprensa b... está aqui no campo”.

Mesmo antes do episódio, desde que o Galo da Borborema começou a cair na tabela, Alemão já vinha alfinetando a imprensa. Na partida em que o time foi derrotado pelo arqui-rival Campinense, por 1 a 0, ao ser perguntado pelo jornalista Carlos Magno se o gol acontecera em uma falha da defesa, o jogador atacou: “Foi mérito do ataque do Campinense, vocês têm que olhar o jogo direito! Mania de ficar só encontrando defeitos”.

No dia seguinte às agressões no estádio Presidente Vargas, a ACI – Associação Campinense de Imprensa – divulgou nota de repúdio, exigindo imediata retratação por parte do atleta: “A ACI, por sua diretoria, repudia e protesta contra as declarações desrespeitosas do jogador Márcio Alemão, do Treze Futebol Clube, contra os repórteres esportivos que cobrem o dia-a-dia daquela equipe, que atingiram, por extensão, toda Imprensa de Campina Grande”, dizia, ainda, trecho da nota, assinada pelo presidente da associação, Fernando Soares dos Santos. Como era de se esperar, não houve retratação alguma.

Torcida x imprensa

Já no último dia 14, ao comentar, em artigo publicado no portal Agora Esportes, o acontecimento, foi a vez de Leonardo Alves, respeitado jornalista e professor universitário, ser alvo de apaixonados ataques de alguns torcedores. Em seu blog, Esportes na Rede, Leonardo recebeu acusações – também extensivas a toda a imprensa – de que a categoria “está realmente interferindo muito no trabalho sério desenvolvido por este grupo que comanda o Galo da Borborema”. Outro torcedor atacou: “É interessante testemunhar o abuso de poder, poder ilegítimo, do corporativismo da imprensa campinense, que em sua maioria é parcial”. E acrescentou: “Fica claro o conteúdo jocoso e maldoso desse ‘jornalista’”.

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Percebendo que o tom virulento de parte desses comentários deve-se à exacerbada paixão de torcedor, Leonardo Alves limitou-se a esclarecer alguns pontos, sem deixar-se envolver numa discussão nesses termos.

Quem também vem recebendo acusações de torcedores é o comentarista da TV Correio, Adenilson Maia, o Professor União. Segundo a torcida dos times de Campina Grande e outros clubes do interior, em transmissões de partidas do Botafogo, Maia é mais que parcial, chega a ser passional. Em artigo publicado no Agora Esportes, o torcedor do Campinense, Ivany Barros Lucena Júnior diz, referindo-se ao professor União sem citar seu nome, que “quando o Botinha está jogando, ele fica com o coração na mão”.

Na transmissão do jogo Botafogo e Campinense, Adenilson Maia deixou escapar duas falas que incentivaram as acusações de parcialidade. Na primeira, o comentarista, apontando a pouca eficiência do Botafogo na partida, e afirmando que o time só não se complicava mais porque a Raposa parecia acomodada com o empate, concluiu com um aliviado “ainda bem!”. Em seguida, criticando o fato do técnico botafoguense, Washington Lobo, ter trazido jogadores com quem trabalhara no Nacional de Patos, soltou: “Washington tem que entender que João Pessoa é uma cidade com 800 mil habitantes”. Adenilson Maia não comentou as acusações de torcedores, mas, o blog Jornalismo Paraibano tentará ouvir o jornalista nos próximos dias.

Parcialidade e paixão

A verdade é que a prática de torcer pelos clubes locais é mais que normal no rádio. Aliás, são rotineiros os casos de rádio-repórteres de campo que vibram no momento do gol do clube de sua cidade. Nessas circunstâncias, a imprensa se confunde com a torcida, e a informação, como não poderia ser diferente, acaba sendo produzida com emocionalismo e parcialidade. A paixão é tão forte que não faltam nem os xingamentos aos árbitros. Na partida em que o Campinense foi derrotado pelo Esporte de Patos, ante os freqüentes erros do árbitro Kelson Falcão, rádio-repórteres, narradores e comentaristas de algumas emissoras campinenses soltaram o verbo, taxando Falcão com termos como palhaço, ladrão e até safado.

Práticas como essa, comuns não apenas na Paraíba, precisam ser revistas com urgência, não podendo continuar sendo admitidas pela nossa imprensa. Acusações, tanto de clubes quanto de torcedores, são normais e, como mostra o episódio envolvendo os repórteres ofendidos pelo jogador Márcio Alemão, bem como o caso dos ataques ao artigo do jornalista Leonardo Alves, quando a imprensa trabalha com ética e seriedade, os fatos e o tempo tratam de responder: Alemão, por falar muito e jogar pouco, acabou sendo um dos dispensados pelo Treze, cujas deficiências (apontadas no artigo de Alves) culminaram na não classificação do time para as finais do 1° turno do Campeonato Paraibano.

02/02/2007

Notícia

Sistema Correio denuncia suposta tentativa de sabotagem

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Durante o primeiro tempo da partida Nacional de Patos e Campinense, nesta quarta-feira, 31, o comentarista Adenilson Maia fez, em tom ameno, uma grave denúncia de tentativa de sabotagem na transmissão da TV Correio. Segundo Maia, os técnicos da emissora haviam detectado uma ação para interferir no sinal, e saberiam até de quem poderia estar partindo o delito. “Estamos jogando na bola, mas tem gente querendo fazer jogo sujo”, comentou, sem dar maiores detalhes sobre o fato. No intervalo do jogo, o apresentador Marcelo José ratificou a existência da sabotagem, mas, como Adenilson, não deu outros detalhes sobre a suposta interferência, limitando-se a considerar a importância da cobertura do campeonato pela TV Correio.

A cobertura é inédita no futebol paraibano. Outras emissoras já haviam transmitido partidas locais no passado, e a própria TV Correio fez uma tentativa de transmissão do campeonato em 1999, que esbarrou nas muitas dificuldades técnicas. Agora, fechado acordo com a Federação Paraibana de Futebol e os clubes participantes, a Correio busca realizar o feito de cobrir todo o campeonato. Segundo informou o portal Agora Esportes, apenas as nove primeiras partidas irradiadas terão um custo de cerca de R$ 115 mil.

Para tentar equilibrar a disputa pela audiência o máximo possível, outro feito inédito: emissoras concorrentes fecharam um acordo de cooperação no compartilhamento das imagens dos jogos, a serem veiculadas nos seus programas esportivos. O Chamado pool foi acordado entre as TVs Cabo Branco, Paraíba, Borborema, O Norte e Tambaú. A iniciativa deve ampliar o conteúdo dos telejornais esportivos e, principalmente, reduzir custos, embora, do ponto de vista da qualidade final do que será veiculado, acabe por contribuir para uma certa mesmice nas edições.

A próxima transmissão ao vivo pela TV Correio será no domingo, 04, com o clássico Campinense x Treze, no estádio O Amigão, às 16 horas.
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LeNildo Ferreira